No silêncio dos nossos olhares...

Aquele momento
em que os nossos olhares se cruzam...
em que temos conversas
que mais ninguém ouve...
em que os nossos olhos falam
uma língua que mais ninguém percebe...
Gosto tanto...
Dure míseros segundos...
ou minutos que pareçam horas...
o Mundo pára nesses instantes.
E mesmo rodeados de gente,
no meio da confusão,
ficamos em silêncio...
que os nossos olhos falam por nós.
Gritam um pelo outro...
e suplicam para que cheguemos perto.
Tantas conversas que já tivemos...
sem ninguém se aperceber...
Tantos segredos que contámos...
sem dizer uma única palavra.
Segredos nossos...
só nossos...
ditos no silêncio dos nossos olhares...

Escritos de uma mente cansada...

Silêncio...
Por vezes
é tudo o que precisamos.
Da escuridão...
do silêncio...
da solidão.
Porque o cansaço é muito...
porque as forças são poucas...
e o caminho ainda é longo.
Fechamos os olhos
e desejamos adormecer.
Mas a mente não pára...
não sossega...
não desliga.
Deitamos,
então,
no peito de quem nos acalma...
e deixamo-nos embalar
por aqueles batimentos.
Porque nos fazem sentir seguros...
porque nos dão tranquilidade...
porque mesmo no silêncio...
nos dizem o que queremos...
"Eu estou aqui...
para te proteger
quando estiveres frágil...
para lutar ao teu lado
quando te reergueres."
E a nossa mente voa...
os pensamentos dispersam...
e entramos no mundo dos sonhos...
onde tudo é perfeito...
e onde paz interior
é tudo o que sentimos.

Em silêncio...

Hoje só quero o teu abraço.
Sentir-te aqui comigo.
Sentir-me segura...
protegida.
Mas não quero falar...
não quero que perguntes o que tenho.
Quero apenas ficar assim...
em silencio...
abraçada a ti.

As palavras que nunca te direi...

Tanta coisa que gostava que soubesses...

Tanta coisa que gostava de te conseguir dizer...

Que o teu olhar me seduz...

Que o teu sorriso me ilumina...

Que a tua voz me embala...

Que o teu toque me arrepia.

Tanto que eu gostava de te contar

o que a tua presença me faz...

O nervosismo estúpido que me dá

no primeiro instante...

para depois me deixares tranquila...

O friozinho na barriga que me despertas...

Como me consegues fazer sorrir

até quando é a ultima coisa que me apetece...

Como eu gostava de te dizer...

que era contigo que queria ficar!

Tanta coisa para dizer...

Tanta coisa mesmo...

Que me remeto ao silêncio.

Por vezes o silêncio vale mais que mil palavras...

Precisava de estar sozinha… tinha demasiadas coisas em que pensar e muito poucas soluções…
Decidiu ir para o único lugar onde se sentia em paz… onde conseguia esquecer o resto do Mundo.
Sentou-se na areia e ficou a olhar o Sol a tocar no horizonte.
Porque é que as coisas não podiam ser simples de resolver?! Porque não podia optar por um caminho sem ficar a pensar e se tivesse optado por outro? Porque não podia seguir em frente sem pensar nas consequências das suas escolhas? Porque não podia ser amada da mesma maneira que amava?
Toda aquela tanquilidade não lhe trazia respostas… ela bem o sabia… mas, pelo menos, ajudava-a a relaxar… a não se sentir tão presa… tão confusa…
Pouco depois, sentiu alguém aproximar-se.
”-Que fazes aqui? Não estou para conversas! Quero estar sozinha!”
Ele olhou para ela, sorriu e sentou-se a seu lado.
”-Mas… ‘tás-te a passar? Não ouviste o… bah… esquece! Se queres ficar, fica! Não quero saber!”
E ali ficaram… os dois… sentados na areia… em silêncio… a ver o pôr-do-sol…

Algum tempo depois, levantaram-se e dirigiram-se ao parque de estacionamento.
Ela abraçou-o, deu-lhe um leve beijo nos lábios e, disse:
“-Obrigada.”
Ele limitou-se a olhar para ela.
E sorriu, ao vê-la afastar-se. Não por se ir embora… não por aquele momento que passaram juntos…
Mas porque sabia que, mesmo sem ter proferido uma única palavra, ela tinha percebido aquilo que ele lhe queria dizer…

Silêncio

No outro dia de manhã, quando acordei, pensei para mim: "É hoje. Não vou adiar mais. Já chega de tanta angústia, de tanta dúvida!". Estava decidida a enfrentar toda esta situação em que nos encontramos. Durante o dia, nada mais me ocupou os pensamentos. Apenas de que forma é que te iria dizer o que me vai na alma, o que o meu coração implora que eu diga. A meio da tarde desejei ter-te a meu lado para te poder dizer o que me atormenta. Mas tu não estavas e, provavelmente, nunca irias estar. Algum tempo depois estive contigo. Era agora ou nunca. Enchi-me de coragem e preparei-me para falar contigo. Olhaste-me nos olhos, puseste o teu melhor sorriso e, de um momento para o outro, deixaste-me sem forças. Toda a coragem que tinha reunido se desvaneceu por completo. Senti as pernas a tremer, o coração a bater mais forte, um nó na garganta e não fui capaz de mencionar fosse o que fosse sobre o assunto. Fraquejei, ou melhor, fracassei mais uma vez. E a cada fracasso sinto as oportunidades a escaparem-me por entre os dedos e a ficarem cada vez mais reduzidas. Sinto o tempo a fugir-me e esta angústia a apertar cada vez mais e mais. E a cada dia que passa, torna-se cada vez mais difícil dizer-te o que sinto. Durante o resto do tempo que estive contigo, falámos de muita coisa, mas nunca de sentimentos. Não falei.
Confusa com o que sinto? Talvez.
Medo da tua reacção? Não.
Medo das consequências? Sim.
E isto sim, é o que me faz manter todo este silêncio e me impede de te dizer:

AMO-TE