Silêncio
No outro dia de manhã, quando acordei, pensei para mim: "É hoje. Não vou adiar mais. Já chega de tanta angústia, de tanta dúvida!". Estava decidida a enfrentar toda esta situação em que nos encontramos. Durante o dia, nada mais me ocupou os pensamentos. Apenas de que forma é que te iria dizer o que me vai na alma, o que o meu coração implora que eu diga. A meio da tarde desejei ter-te a meu lado para te poder dizer o que me atormenta. Mas tu não estavas e, provavelmente, nunca irias estar. Algum tempo depois estive contigo. Era agora ou nunca. Enchi-me de coragem e preparei-me para falar contigo. Olhaste-me nos olhos, puseste o teu melhor sorriso e, de um momento para o outro, deixaste-me sem forças. Toda a coragem que tinha reunido se desvaneceu por completo. Senti as pernas a tremer, o coração a bater mais forte, um nó na garganta e não fui capaz de mencionar fosse o que fosse sobre o assunto. Fraquejei, ou melhor, fracassei mais uma vez. E a cada fracasso sinto as oportunidades a escaparem-me por entre os dedos e a ficarem cada vez mais reduzidas. Sinto o tempo a fugir-me e esta angústia a apertar cada vez mais e mais. E a cada dia que passa, torna-se cada vez mais difícil dizer-te o que sinto. Durante o resto do tempo que estive contigo, falámos de muita coisa, mas nunca de sentimentos. Não falei.
Confusa com o que sinto? Talvez.
Medo da tua reacção? Não.
Medo das consequências? Sim.
E isto sim, é o que me faz manter todo este silêncio e me impede de te dizer:
Confusa com o que sinto? Talvez.
Medo da tua reacção? Não.
Medo das consequências? Sim.
E isto sim, é o que me faz manter todo este silêncio e me impede de te dizer:
AMO-TE