Muros e muralhas...

Quando a Vida te dá desgosto atrás de desgosto, aprendes a construir muros à tua volta. Não deixas ninguém entrar e só guardas dentro dessa muralha quem já te deu provas de merecer esse lugar. Quem sempre esteve la quando precisavas... quem nunca te desiludiu... quem teve a paciência para te fazer rir quando o que mais te apetecia era chorar...
Aprendes a proteger-te. A não deixar o coração apanhar mais pancada...
Tornas-te fria... dura... quase insensível! Deixas de acreditar nas palavras doces com que te tentam conquistar e desconfias das verdadeiras intenções de todos.
E afastas-te. Isolas-te. Passas a preferir a solidão do teu Mundo à companhia de pessoas cada vez mais cínicas... mais falsas... mais interesseiras.
Escolhes ficar na tua "confort zone" e não correr riscos. Porque sabes o que custa fracassar... sabes o que dói sofrer... sabes o quanto te consome cada derrota... cada desilusão...
Mas, ao mesmo tempo, tentas agarrar-te àquela réstia de esperança de que alguém ainda te vai mostrar que nem toda a gente é igual... que ainda há em quem confiar. E que esse alguém vai ser suficientemente perseverante para conseguir trepar a muralha e conquistar um lugar dentro dessa tua fortaleza.

No limbo das emoções...

E se eu te dissesse que te amava?
Que, sem saber como nem porquê, me tinha apaixonado por ti?
O que fazias?
O que dizias?
Como reagias?
Ou será até que já desconfiavas?
Porque há coisas que não se escondem...
Ou se calhar até disfarço bem!
Mas, para já, não to posso dizer...
Porque nem eu mesma sei o que sinto!
É tudo tão confuso!
Se tem dias nem penso nisso, outros há que não me sais da cabeça!
Se há alturas em que só me sinto bem sozinha, tenho outras em que anseio pela tua companhia... pelo teu sorriso... pela tua voz.
Tenho o coração em conflito com a razão...
Um diz "não importa se tem defeitos ou não... ele faz-te sentir bem... faz-te baixar a guarda... e sabes que tal só acontece quando te sentes segura... quando te apaixonas"...
Mas depois a razão faz-me descer à Terra! "Deixa-te disso... não é amor... não é paixão. Estás apenas a confundir as coisas. É só amizade! Tu não o amas, tal como ele não te ama! Esquece! Passa à frente!"
E se, por um lado, escrevo com esperança de acrescentar linhas à história, por outro apago tudo para que não fiquem marcas ou recordações...
E sigo dividida... entre duelos de emoções.
Sem saber o que sentir...
Sem saber o que pensar...
Sem saber o que te dizer.

O carinho de um abraço...

"- O que te apetecia agora?

- Agora? A companhia dele.

- Só? Mas porquê especificamente a dele?

- Não sei. Mas era só o que queria agora. Que estivesse aqui... me apertasse no seu abraço... me desse um beijo na testa... e me dissesse que vai ficar tudo bem. Queria sentir o coração a bater-lhe no peito... o seu respirar... a sua presença...

- E que nunca mais te largasse, não?

- Sim... não! Quer dizer... talvez... não sei. Queria saber que podia contar sempre com ele... que iria estar sempre ali quando precisasse... que me daria um sorriso dos dele quando eu não tivesse forças para esboçar um dos meus... 

- Olha lá... tu não te estarás a apaixonar por ele? Se é que já não estás!

- Não... claro que não! Quer dizer... acho que não.......... não! De certeza que não estou! 

- Mas confessa... se, no meio disso tudo, ele te desse uns amassos.... uns beijos... não ias gostar...?

- Claro que ia... mas não era o que me apetecia agora. E digo-te mais... dispensava mil beijos se isso me garantisse um abraço apertado... apenas e só um abraço...

- E dizes que não estás apaixonada? Pois... está bem...

- Irra! Já disse que não estou! Não é amor... não é paixão... é um carinho especial... só isso. Apenas um carinho especial por um amigo que me faz sentir bem... mas chega de conversa, que o que tu queres sei eu!!"

Vamos...?

Deixa-me fazer-te feliz.
Mimar...
Abraçar...
Confortar...
Ou simplesmente estar lá
para te ouvir.
Deixa-me mostrar-te
o que significas para mim...
o quanto és importante.
Não tenhas medo.
Deixa-te ir.
Eu prometo
que não te deixo cair.
Vamos caminhar juntos.
De mãos dadas...
abraçados...
ou, simplesmente,
lado a lado.
Como quiseres...
como preferires...
o que te fizer sentir melhor.
Porque se tu estiveres bem...
eu vou estar também.
Se tu estiveres feliz...
eu estarei ainda mais.
E então?
Que me dizes?
Vamos ser felizes?

Deixa-me!!

Sai! Deixa-me!
Não te chegou o que me fizeste todo o dia?!
Mal me deixaste trabalhar!
E agora não me queres deixar dormir!
Deixa-me descansar, porra!
Sai do meu pensamento!
Tu nem devias de ter la entrado!
Vá la... por favor... peço-te...
Dá-me uma noite de descanso.
Só uma. Não te peço mais nada.
Leva para bem longe de mim esse teu sorriso... esse teu olhar...
Foge de mim!
Desaparece!!
Que eu já não suporto este sufoco... este aperto!
Já não aguento mais esta vontade de te ter... de te sentir...
Não percebes?! Estás a dar cabo de mim!!
Entende!! Eu e tu... tu e eu... não vai existir! Nunca irá ser "nós"!!
Porque eu não quero!!
Porque me deixas nervosa!!
Porque me assusta a facilidade com que te deixo entrar no meu mundo... na minha bolha...
Tu desarmas-me de uma maneira que nunca pensei que alguém conseguisse...
E eu não me quero sentir assim!!
Não me quero sentir vulnerável!
Não quero ninguém a invadir o meu espaço!!!
Por isso, vai!! Deixa-me em paz!
Sai do meu pensamento... do meu coração... de mim.
Deixa-me sossegar... por favor... deixa-me dormir.