Fim da Linha...
Caminho pela rua, tentando esquecer o que se passou. A última saída tinha sido a derradeira. Provavelmente, a última mesmo. Juntámo-nos a um grupo de amigos e saímos para beber café. Sob o som das altas batidas da música, entretias o pessoal com as tuas historias e peripécias. Durante algum tempo, fiquei a observar-te. Nem te apercebeste. Sem nada para dizer nem tema para puxar, senti-me fora do teu mundo. Senti-me como uma estranha no teu meio. Dei o último golo na bebida, peguei na mala e levantei-me. Apercebeste-te do meu gesto e agarraste-me no braço.
“- Onde vais?” – perguntaste-me ainda meio a rir.
Menti-te.
“- Vou à casa-de-banho. Não demoro.”
“- E levas a mala?” – disparaste tu de seguida.
“- Eu nunca largo a minha mala.” – a única resposta que consegui articular.
Não te podia contar os meus planos. Irias fazer tudo para me impedir.
Libertei-me e segui em direcção ao suposto destino. Pelo caminho, parei no balcão e paguei as nossas bebidas. Quase a chegar à casa-de-banho do bar, confirmei que já não me vias. Mudei de rumo e dirigi-me à porta da saída. Apanhei um táxi. Depois de dar as indicações ao taxista, peguei no telemóvel e mandei-te uma mensagem:
“Como já deves de ‘tar a estranhar a minha demora, é só para avisar que ‘tou dentro de um táxi em direcção a casa. Xau.”
Ligaste-me logo de seguida. Não atendi. Voltaste a ligar 2, 3, 4 vezes. Na última rejeitei-te a chamada. Tinha chegado ao limite e já não aguentava mais. Optei por me afastar.
Vários dias já passaram, mas eu não consigo esquecer tudo o que se passou. Esta manhã voltaste-me a ligar. Voltei a não atender. Continuo a caminhar. Falta pouco para chegar a casa. Estou tão distraída que nem reparo no carro estacionado à porta até ser tarde demais. Lá dentro, pedes-me para eu entrar. Digo-te que não. Insistes. Para evitar a bisbilhotice das vizinhas, cedo. Perguntas-me o que se passou. Se tinha sido alguma coisa que fizeste ou disseste. Volto a mentir e digo-te que não, que apenas me tinha sentido cansada e que tinha decidido voltar sem te incomodar. Não acreditas e pedes-me para ser sincera. Desvio o olhar, fecho os olhos e disparo tudo o que me vai na alma.
“- Fartei-me! Já não aguento mais. Não sei onde me situar, nem o que realmente somos. Tão depressa me sinto o centro da tua atenção, como me sinto longe do teu mundo. Uma estranha no desconhecido. Para mim, já chega! Cansei de viver nesta corda bamba, nesta indefinição.”
Abro a porta do carro e saio. Segues-me e impedes-me de entrar em casa. Suplicas-me para não ser assim, para não fazer isto. Olho-te nos olhos e digo-te para pensares em tudo o que se passou. Viro-te as costas e entro em casa, deixando-te sozinho, à entrada.
“- Onde vais?” – perguntaste-me ainda meio a rir.
Menti-te.
“- Vou à casa-de-banho. Não demoro.”
“- E levas a mala?” – disparaste tu de seguida.
“- Eu nunca largo a minha mala.” – a única resposta que consegui articular.
Não te podia contar os meus planos. Irias fazer tudo para me impedir.
Libertei-me e segui em direcção ao suposto destino. Pelo caminho, parei no balcão e paguei as nossas bebidas. Quase a chegar à casa-de-banho do bar, confirmei que já não me vias. Mudei de rumo e dirigi-me à porta da saída. Apanhei um táxi. Depois de dar as indicações ao taxista, peguei no telemóvel e mandei-te uma mensagem:
“Como já deves de ‘tar a estranhar a minha demora, é só para avisar que ‘tou dentro de um táxi em direcção a casa. Xau.”
Ligaste-me logo de seguida. Não atendi. Voltaste a ligar 2, 3, 4 vezes. Na última rejeitei-te a chamada. Tinha chegado ao limite e já não aguentava mais. Optei por me afastar.
Vários dias já passaram, mas eu não consigo esquecer tudo o que se passou. Esta manhã voltaste-me a ligar. Voltei a não atender. Continuo a caminhar. Falta pouco para chegar a casa. Estou tão distraída que nem reparo no carro estacionado à porta até ser tarde demais. Lá dentro, pedes-me para eu entrar. Digo-te que não. Insistes. Para evitar a bisbilhotice das vizinhas, cedo. Perguntas-me o que se passou. Se tinha sido alguma coisa que fizeste ou disseste. Volto a mentir e digo-te que não, que apenas me tinha sentido cansada e que tinha decidido voltar sem te incomodar. Não acreditas e pedes-me para ser sincera. Desvio o olhar, fecho os olhos e disparo tudo o que me vai na alma.
“- Fartei-me! Já não aguento mais. Não sei onde me situar, nem o que realmente somos. Tão depressa me sinto o centro da tua atenção, como me sinto longe do teu mundo. Uma estranha no desconhecido. Para mim, já chega! Cansei de viver nesta corda bamba, nesta indefinição.”
Abro a porta do carro e saio. Segues-me e impedes-me de entrar em casa. Suplicas-me para não ser assim, para não fazer isto. Olho-te nos olhos e digo-te para pensares em tudo o que se passou. Viro-te as costas e entro em casa, deixando-te sozinho, à entrada.